Em algum momento, não lembro exatamente quando, surgiu a ideia de fazer uma peregrinação, acho que é algo quase inato, lembro dos passeios para a casa da Tia Neusa, subir a Serra do Vulcão era normal embora sempre especial, sentia-se uma atmosfera mágica, passava-se pelo portal que leva a vida plena em contato com o que há de mais sublime no universo; confesso que o livro "O Diário de Um Mago", de Paulo Coelho, influenciou, até mesmo despertou um certo sentido de urgência mas, não teve o mérito de apresentar-me o assunto ou o Caminho de São Tiago de Compostela; contudo ao ler aquele relato, tão íntimo, singular e, envolvente, entendi que precisava viver aquela experiência, obviamente a situação financeira mostrou-se como fator limitante, após algum tempo resolvi procurar pelo Brasil algo mais ou menos nos moldes da senda ancestral, essa primeira busca hoje já dista uns três anos, na ocasião encontrei algumas opções que, em sua maioria, me pareceram ou pouco estruturadas ou muito comerciais, mas dentre as interessantes, houve uma em especial que chamou-me a atenção, tanto pela estrutura como pela energia que emana de sua simples apresentação, o Caminho da Luz; na ocasião era difícil, beirando o impossível, quase como o próprio São Tiago, o ato esteve em dormência, maturando, tomando vida, corpo . . .
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