segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Caminhada - 2ª Parte

Caminhei alguns quilômetros conversando com as meninas, onde moram, no que trabalham, foi interessante, uma delas já fez, entre outros caminhos, o de Santiago de Compostela, pela rota da França; outra, analista de sistemas da CBTU, que eu imaginava extinta, aguardava por sua aposentadoria, ainda este ano; e a terceira, já aposentada, falou sobre a beleza do descanso de uma vida como professora. Pouco depois chegamos a casa de Dona Francisca, casa humilde, de taipa como se pode ver, Dona Francisca é receptiva, gosta de conversar e, divertiu-me perceber, se compadeceu do quanto ainda caminharíamos sob o sol inclemente.


Repare nos muitos ninhos na árvore, são de uma espécie conhecida como guaxo.


Após pararmos na casa de Dona Francisca e acabarmos com sua água gelada (he he he he) partimos, ainda não era meio dia, eu pretendia realizar uma prece um trabalho especial nesse horário, motivo pelo qual adiantei o passo, parando à beira de um belo ribeirão mais alguns quilômetros a frente para realizar esse trabalho.

A bela vista a beira do ribeirão



Nossa Senhora de Lourdes protegei os peregrinos.


Gruta da Pedra Santa, onde tirei um bom cochilo e voei nas alvas assas da "F"


sábado, 22 de setembro de 2012

Caminhada - 1ª Parte

A pequena cidade de Tombos fica pra trás num instante, logo se observa aquele clima de fazenda, pastos e mais pastos. Na foto a seguir podemos ver um pequeno curral à beira da estrada, a bicicleta "displicentemente" deixada do lado de fora e a paisagem muito seca, haviam ali alguns homens ordenhando vacas e pondo o leite naqueles típicos toneis de leite.


Pela estrada havia muito movimento de veículos, principalmente caminhões, essa estradinha liga Tombos a Catuné, o dia estava ensolarado e o clima muito seco, nessa próxima foto observamos a estrada e depois um detalhe do animal que lá se encontrava, o carcará, a águia do sertão.



Não dá pra ver devido ao tamanho da foto, essa ave estava bem no meio da estrada, e caminhou alguns metros a minha frente, depois voou para o moerão da cerca ao lado da via e ficou observando-me.


Fazenda das Oliveiras, 6,5 Km de caminhada, alguns metros mais e encontrei as três mulheres que saíram antes de mim, elas estavam no seu 9º dia de caminhada embora fosse o 1º no Caminho da Luz, haviam descoberto um outro caminho (http://www.portaldocaminho.orgque começa em  Bom Jesus do Itabapoana - RJ, entra no Estado do Espirito Santo, volta ao Rio de Janeiro onde passa pelas cidades de Varre e Sai, Natividade e Porciúncula, chegando finalmente a Tombos - MG.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Início da caminhada

Cheguei em Tombo às 6h e 23 min, fazendo a inscrição, sentado na recepção, passaram por mim para já começarem o caminho, três mulheres, após ter feito a inscrição saí do Hotel em direção à cachoeira, isso é, voltando, já que o ônibus vem por essa estrada que sobe pelo canto inferior direito, observe no mapa:


A cidade de Tombos é praticamente apenas isso que aparece nesse mapa, típica cidade de interior onde observa-se as pessoas conversando com respeito, cumprimentando-se, as bicicletas todas encostadas pelas calçadas, a tranquilidade de uma vida pacata. Observei um rapaz de seus 20 ou 25 anos, a conversar com um senhor de 70 ou mais, o respeito sincero que se percebia era tocante, não aquela coisa de dar atenção por compaixão que seria comum aqui no nosso mundo, nesse caso duas pessoas conversando, o mais novo visivelmente reconhecia a experiência superior do mais idoso.

Tombos

Após uma viagem tranquila, a intenção de viajar durante a noite era dormir, não sentir as mais de sete horas de viagem, cheguei em tombos pouco após as seis horas da manhã, no Hotel Serpa, onde se faz a inscrição para o caminho, fui atendido pela Sra Rogéria, que me atendeu rápida e descomplicadamente.

Chegando à rodoviária de Tombos.

 O ônibus passa por aqui, contorna e para do outro lado, já se observa o Hotel Serpa ao fundo.

Hotel Serpa (prédio azul), bem ao lado da rodoviária.

Viagem de ida

Saí de casa por volta das oito horas da noite, do domingo, dia 16 de setembro, não queria correr o risco de perder o embarque marcado para  às 23 horas, caminhei com a Marluce até o ponto de ônibus, aqui em Belford Roxo o povo só tem direito de andar se for pro trabalho, então aos fins de semana a espera por uma condução para o Centro da Cidade do Rio de Janeiro costuma ser longa e tediosa, e os veículos que circulam são paradores, afinal, pra que pressa se não se está indo trabalhar ?
Mas as coisas começaram a ficar curiosas, em dois minutos no ponto veio um ônibus, vazio e de itinerário rápido! Pensei: bem pra isso também estou fazendo essa viagem, pra me ver livre das mesmices. Sentei-me lá no fundo do ônibus, no penúltimo banco, dois pontos depois embarcou um cidadão, um homem de uns 35 anos, ele se demorou mais que o normal para pagar e passar pela roleta, no atual estado de coisas estou sempre alerta para esses detalhes, o homem falou longamente com o motorista, percebi que segurava um pano junto à boca, parecia uma fralda, ele ficou um tanto indeciso onde se sentaria após passar a catraca, sentou em um lugar no meio do coletivo, reavaliou, levantou-se e foi pra outra poltrona bem lá na frente. Olhei pela janela, não reconheci o lugar onde nasci e fui criado, fiz um esforço consciente pra me encontrar, a mesma sensação que se tem ao acordar na condução perto de casa, sabemos que conhecemos o lugar mas não o reconhecemos, busquei um ponto de referência qualquer olhando a o redor, eis que passa o cidadão, com a fralda na boca, e deita-se no último banco, praticamente ao meu lado, sua dor e agonia eram patentes, perguntei-lhe se gostaria de um analgésico, ele aceitou, tomou o medicamente e dormiu naquele banco, sim, estava finalmente no caminho, entendi que esse deveria ser um caminho dedicado ao serviço altruístico, agradeci ao Eterno pela oportunidade de ver tais coisas.

Bagagens e preparativos


Descreverei minha bagagem, que preparei de acordo com as necessidades que julguei encontraria nessa viagem:

● Capa de chuva;
● Saco de dormir;
● 3 pares de meias;
● 2 cuecas;
● 2 camisas de malha, sendo uma meia manga e outra de manga comprida;
● creme dental, escova, fio e enxaguante;
● sabonete, toalha, talco antisséptico;
● alguns comprimidos;
● líquido anticéptico;
● telefone celular e bateria extra;
● máquina fotográfica e pilhas extras;
● barras de cereais;
● chapéu;
● cantil;
● lanterna;
● apito;
● repelente de insetos;
● protetor solar;
● caderno, 2 canetas, lápis e apontador;
● casaco.

Além das roupas que usava. Acredito que não seria necessário afinal o saco de dormir, e que poderia diminuir o peso excluindo as camisas extras, ficando com a do corpo somente. Tudo foi acomodado numa boa mochila (foto), que deve ser resistente e de tamanho exato, evitando que se leve bagagem demais ou que, ao contrário, não se possa levar o necessário.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Detalhe

Parece lógico que o meu querido leitor está estranhando o fato de eu já estar aqui novamente postando, afinal a viagem deveria ter durado 5 dias, então se fui no dia 16, não deveria estar por aqui antes do dia 21, mas houve um erro, e quase me sinto envergonhado em dizer que falhei no planejamento financeiro, percebendo quando já na primeira parada que seria impossível seguir até o fim; resolvi "abortar a missão", retornar ao Rio e me preparar melhor para uma nova oportunidade no ano que vem. No entanto, esses dias de viagem; foram praticamente três, um pra ir, um lá e outro voltando; já me propiciaram excelentes experiências. Ei-las.

domingo, 16 de setembro de 2012

Momentum


Hoje é o dia, confesso que estou um tanto ansioso e um pouquinho apreensivo. A viagem de ônibus até Tombos tem uma previsão de 7 (sete) horas e meia de duração, e o embarque está previsto para as 23 horas, então terei muito tempo para refletir sobre o(s) motivo(s) dessa viagem, sobre as expectativas, nesse período pretendo trabalhar tudo isso deixando tudo pela estrada para caminhar livre, aberto as experiências do caminho.
Todo o caminho será um ato de louvor e adoração ao eterno, não obstante, terei três orações obrigatórias por dia, às 6h e 30min, às 11h e 30min e, às 18h.
Outros trabalhos místicos estarão sendo realizados, aguardem novidades.

Paz !

Assuntos práticos

Bom dia queridos leitores. Um dos motivos de ter criado esse blog foi querer divulgar informações mais detalhadas para aqueles que, por ventura, decidam fazer essa incomum viagem, O Caminho da Luz; portanto agora irei passar algumas informações práticas difíceis de encontrar em outros meios:

1ª - Da passagem.
A compra da passagem realizei no site da Auto Viação 1001 (http://www.autoviacao1001.com.br/pt/), ali no segundo dropdown, destino, tem a opção Tombos-MG; paguei, direto pelo site, R$ 61,84 dividido em duas vezes iguais e sem juros.
2ª - Do bilhete.
O site forneceu um voucher que deve ser impresso e levado até uma agência para retirada do bilhete, ato que realizei no edifício garagem Menezes Cortes, ali na Pç XV, num guichê da 1001 bem nas plataformas de embarque.
3ª - Do embarque.
Apesar da retirada do bilhete na Pç XV, o embarque se dará na Rodoviária NovoRio.
4ª - Da chegada ao Hotel Serpa.
A chegada/desembarque se dá na rodoviária de Tombos que, segundo o Sr Albino Neves, organizador do caminho, dista apenas 50m do Hotel Serpa, local de inscrição para o caminho.

Lembro que no site do Caminho da Luz temos informações gerais que devem, logicamente, ser conhecidas.